sábado, 25 de agosto de 2012

E percebo que não vou te perdoar pelo que me fez passar.
E quando choro no meio do shopping culpando a loja que não tinha a roupa que eu precisava, ou quando a moça apressada esbarra em mim e não pede desculpas, só eu sei que são seus olhos de descaso que me impregnam por dentro, arrasando tudo de bom que eu poderia sentir a toda hora.
Não é questão de errar, colocar os pés pelas mãos ou algo parecido. Todo mundo erra, todo mundo faz merda. Mas agora, pela primeira vez na vida, sei tive uma real prova de desamor. Não sei se algo pode doer mais...

Não há poesia nisso. Nada ficará bem.
Agora sou eu comigo mesma, inventando forças e superando sozinha.
Ninguém vai me estender a mão e me tirar de onde eu estou.
Pode e vai se transformar em aprendizado... Mas jamais agradecerei pelo que nunca precisaria ter passado.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Razão


- Mas você ama a intelectualidade! Você venera o discurso racional e tenta transpassá-lo pra todas as vertentes do seu ser! Você ousaria dizer que, se pudesse escolher, abriria mão de tudo isso e tentaria uma visão menos crítica e lógica em nome da felicidade?

- Sim. Abriria mão de qualquer coisa se me dessem a completa garantia da não-dor. E é disso que tenho mais medo em mim mesma!

- Mas isso não significaria que, afinal, seu propósito nunca foi um bem maior?

- Eu abriria mão de QUALQUER COISA. E o racional não pode se considerar bem ou bom, muito menos maior.

- E você não acha que esperar essa garantia fora de você, que seria o caso de te darem, é só mais uma fuga?

- Você está sendo racional. Foda-se.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Do que nunca foi meu

Ouço The Scientist como uma espécie de castigo
Auto-flagelação constante por estar triste e desolada
Me puno por ter tais pensamentos usando eles mesmos
Me obrigo a lembrar mais só pra ver se penso menos
As lágrimas caem tímidas e espaçadas, com ritmo
Mas por dentro elas me arrastam e me afogam por completo
Tudo que tenho dentro de mim me sufoca, mas finjo
Disfarço, empurro, quebro tudo, grito
E fico fraca por saber que estou fraca
Saber que posso me perdoar, mas não quero
Penso em você bem longe, te trago sozinha
Busco sinais de tragédia e morte em em cada pedaço
Acho que afinal você morreu mesmo
E se transformou em tudo que nunca foi meu
Vejo em suas falas o gosto da distância
Que me embrulha o estômago, a alma e as lembranças.