segunda-feira, 30 de julho de 2012

Do estômago

A saudade aperta todos os dias
É a falta estomacal, envenenando minhas entranhas
As lembranças raramente são doces e fáceis
Assim como eu e você, beleza na tristeza é só acompanhamento

Sinto gosto de soro com café
Café frio, puro e amanhecido
Vomito lágrimas pra não ir embora meu almoço
Cuspo fogo e queimo a janta

Te vejo em minha comida e perco a fome
Batatas caem como pedras na minha barriga
Quero por tudo pra fora, mas não tenho nada
E meu intestino prende pra não me livrar dos seus olhos

Acho que emagreci dois quilos só ontem
Meu rosto se afina e minhas expressões derretem
Agora que já não tenho muito a perder
Me perco na dor que vem do estômago

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